segunda-feira, 26 de julho de 2010

Tempestade em copo d'água

É impressionante como algumas atitudes podem desencadear processos dramáticos... típicos da frase “tempestade em copo d’água”.
Homem, marque com uma mulher alguma coisa. E de repente algo nos planos muda e você não pode comparecer ao compromisso. Dignamente, você avisa da impossibilidade e acerta a coisa para outro momento.
Normal, polido, educado, e até muitos diriam totalmente compreensível. Eu diria isso também, desde que isso não acontecesse comigo. Por quê? Porque sou mulher. Então todo o processo mental (e neurótico) muda.
O que faz a mulher? Ainda que não tenha lógica alguma, e que as palavras do moço façam todo o sentido e sejam a mais pura verdade, ela vai para as duas únicas soluções que na cabeça dela parecem reais:
1) Ele me odeia.
2) Ele vai ver outra.
Sim, chegamos à questão da rejeição. Sim, foi uma rejeição, ainda que involuntária. Mas que não deveria ter conseqüências. Afinal, está tudo certo, não está? Ele avisou, vocês ainda vão se ver, apenas mudou a data do acontecimento.
Contardo Caligari atribui esse comportamento feminino à síndrome da Escolha de Sofia. Na história que se desenvolver durante o nazismo, Sofia é obrigada a escolher entre sua filha e seu filho: Um poderá ficar com ela, o outro deve ser entregue aos nazistas. Ela decide ficar o menino entrega a menina.
O resultado disso, atualmente é o seguinte: mulheres se sentem sempre rejeitadas, homens têm a certeza do amor da mãe. Assim, quando um rapaz leva um não, ele acha que naquele dia esqueceu-se de passar o desodorante, ou que a mocinha é louca mesmo, pois sua mãe já garantiu que ele é uma gracinha. Agora a moça, meu Deus, se sente um lixo e incapaz de recomeçar sua vida a partir de então. São comuns crises de choro e promessas de nunca mais e ódio mortal, até que o surto acabe. Passados alguns momentos, ou então uma noite de sono, tudo volta à normalidade, mas restam as reminiscências do momento de neurose, como vergonha do que se disse (espero que somente para si ou para a melhor amiga), arrependimento, e esperanças de dias melhores. Nos melhores casos, até boas risadas acontecem, nos piores algumas riscam da agenda o nome do candidato a herói.
Portanto, meus rapazes, pensem muito, muito, muito mesmo antes de desmarcar qualquer compromisso com a donzela... Pode ser que você nunca mais consiga revê-la...