segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Parâmetros educacionais ou é melhor perguntar para outra pessoa além de mim

A educação infantil é sem dúvida um tema muito polêmico.
No final de semana, fui visitar minha tia, num desses programas familiares típicos. Era para sermos apenas quatro pessoas (eu, minha tia, e meus pais). De repente, chegam um dos meus primos e mais três amigos, e aí resolvemos pedir uma pizza e coisa tal.
Meu primo dá aulas de piano na casa da minha tia. Uma de suas alunas é uma menininha de uns seis anos, chinesa. Minha tia então, nos contou que no dia anterior, já de noite, a mãe da chinesinha tocou a campainha acompanhada da filha. Em português misturado com chinês disse para filha: “vamos conta para ela (minha tia) por que estamos aqui”. Nisso a menina abre a mão e minha tia reconhece dois dos bibelôs que ficam na sala. São balinhas de vidro, para enfeitar um potinho. Bem, a menina entrega as “balas”, pede desculpas e já chorando se agarra na mãe.
Minha tia achou isso muito interessante e também disciplinador. Inclusive, acabou lembrando um caso semelhante com seu filho (um dos meus primos), em que ela fez ele devolver alguma coisa que tinha pego. Outro amigo presente também conta que quando pequeno pegou uns pregos numa loja, e sua mãe o fez devolver. Sempre a mesma história...
Bem... eu olho para minha mãe, presente na sala, e não resisto – resolvo também contar uma história de minha infância.
Eu devia ter um seis ou sete anos e estava numa festinha de aniversário de um coleguinha da escola. Era de tarde, a festa foi na casa dele, e a criançada brincava a valer. Eu estava com um grupo que resolveu brincar de seqüestro. Escolhemos uma vitima (algum coleguinha presente) e o trancamos num quarto. Eu devia vigiar o cativeiro, então guardei a chave do quartinho no bolso da calça e fiquei por lá. Logo mais, minha mãe chegou para me buscar e fomos para casa. Nessa altura, eu já nem se lembrava do que estava brincando.
No dia seguinte minha mãe foi lavar a roupa e encontrou a chave no bolso da calça que eu tinha usado na festinha. E logo veio me perguntar do que se tratava. Nisso eu levei um choque – e lembrei que tinha deixado alguém trancado na casa do meu amiguinho. Conto tudo para minha mãe. E aí é que o mais bizarro acontece.
De acordo com os presentes na casa da minha tia, minha mãe deveria ter me levado à casa do meu colega, e ter me feito devolver a chave e me desculpado.
Mas nada disso aconteceu. Ao ouvir minha história, minha mãe foi comigo até o quintal de casa, e com um olhar desesperado disse: “vamos nos livrar disto!” enquanto arremessava a chave no terreno baldio que havia atrás de casa. 
Todos na minha tia olharam para minha mãe, que sorrindo confirmou a história. “Vocês acham que eu voltar até a casa do menino? E já era o dia seguinte, alguém já devia ter se dado conta de que alguém havia sumido, e libertado o refém”.
Bem, dá para entender porque eu não sou parâmetro. Eu não sou louca, mas minha família é. Que é que eu vou fazer?

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