terça-feira, 14 de agosto de 2007

Sobre o Caos e a Felicidade

Alguns momentos na vida são chocantes. Normalmente, mesmo dentro de nossas loucuras peculiares, fazemos ou procuramos fazer as coisas certas, para que nosso futuro corresponda minimamente às nossas expectativas. Dessa forma, estudamos, conhecemos pessoas a quem nos dedicamos, trabalhamos, lemos, saímos, enfim, diversas atividades para conhecer o mundo ao nosso redor e por que não, o nosso mundo interior também.

De repente, não mais que de repente, algo que parecia certo e feliz é substituído por um vazio e uma falta total de encaixe das coisas: aparentemente tudo está sem sentido. Apertamos, soltamos, perguntamos, não olhamos, mas ninguém explica o que ocorreu, ou se explica, não convence. Palavras e atitudes são grandes nadas que se somam à confusão que já nos cerca.

Já há alguns anos tenho feito pelo menos duas perguntas sobre isso:

1- Será que, em primeiro lugar é tudo tão repentino assim?

2- E será que é tudo tão sem sentido assim?

Seguindo a ordem, vou tentar responder.

1. Não. Acho que a vida, as pessoas e tudo a nossa volta, que assim como nós, vivem em constante mutação, nos dão a cada momento pequenos sinais do que ocorre a cada um. No entanto, é tão comum não repararmos nas nossas próprias mudanças e atitudes, quanto mais nas mudanças e atitudes dos outros.

2. Não. Aliás, passei a acreditar que essas coisas tão loucas são grandes chances positivas de mudarmos para melhor nossa vida. É como se o mundo nos disse: “Acorda para vida, ela é rápida demais e você não está aproveitando como deveria. Experimente mais, conheça-se mais! Viva antes de morrer!”.

Ótimo, ótimo, mas o que fazer diante disso? Como enxergar as boas oportunidades ou o verdadeiro aviso no meio de tamanha desordem?

Bem, acredito que em primeiro lugar, devemos tranqüilizar a mente e o espírito. Sabemos que fizemos as coisas buscando um bem maior, buscando alcançar nossos sonhos. Se nós erramos em algum momento, é agora o momento para começar a concertar os erros e ficarmos atentos para não mais cometê-los. Se não erramos, hora então de termos atitudes diferentes, outras abordagens para tocar a vida.

Em segundo lugar, ou ao mesmo tempo, acredito que temos que olhar para nós, e não para os outros, atrás de respostas. Afinal, somos capazes de controlar nós mesmos, mas não os outros. Qualquer controle sobre os outros é ilusório e mesquinho. Buscar respostas em atitudes e palavras de outras pessoas pode nos cegar ainda mais para as verdades que ocultamos. E isso serve para qualquer pessoa, sejam pessoas envolvidas, pessoas que são, aparentemente, responsáveis pelo nosso caos particular, ou ainda pessoas que prometem visões sobre nosso futuro. Por acaso, estas mesmas sabem como será o futuro delas? Evidentemente que conversar com outras pessoas pode nos ajudar a começar a ver a nossa própria situação, mas as respostas às nossas perguntas somente nós mesmos somos capazes de dar.

Um terceiro ponto, na minha opinião, é seguir a vida, sentindo prazer em cada atitude. Sim, a vida é bela, desde que vivida. Perder tempo com especulações pseudo-filosóficas ou com “achismos” sobre como os outros agem ou pensam é uma maneira de adiar nosso viver, e de aproximar a morte do nosso espírito. E para viver, é importante darmos atenção a nós, ao que se passa de fato com a gente no exato momento em que estamos, sem picuinhas do passado ou pretensas possibilidades futuras. O carpe diem em seu absoluto.

E então, correr atrás de informações: ler, exercitar-se, trabalhar, viajar, o que for que nos aproxime ainda mais de nós, a fim de conquistarmos uma serenidade que dificilmente será abalada por atitudes alheias.

Tudo nessa vida tem solução. O sofrimento prolonga-se somente para quem hesita em aprender sobre si mesmo. E a recompensa é a descoberta de que sempre fomos, e somos, felizes, independentemente do que acontece no mundo.

So, don't worry and be happy....

[]sss

Mi

8 comentários:

  1. Legal, bem legal!!

    Pergunta: o que parecia tão certo e feliz e deixou de fazer sentido? (não precisa responder aqui!)

    Beijão e keep walking!

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  2. Muita coisa nessa vida, há anos nada assim ocorre.
    No entanto, este texto é como se fosse uma respostas a perguntas que alguns amigos têm me feito ultimamente.
    Fruto de observações, e uma (primeira) síntese de muitas coisas que ouvi, aprendi, etc...

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  3. Muita coisa acontece, mas comigo eu diria que há anos não passo por algo assim.
    No entanto, escrevi como uma resposta a perguntas que amigos me fazem com certa frequencia.
    Digamos que é uma (primeira) síntese de muitas coisas que ouvi, li, aprendi, descobri...

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  4. A vida em constante mutação...
    Sim, sim. Você tem razão.
    Só penso que abandonar totalmente "os outros", ou não se dedicar à eles não é a única maneira de nos aprimorarmos nesse caminho.
    Penso que seja sempre bom trocar experiências e opiniões. Não para impor limites, mas para estimular a nossa criatividade em superar obstáculos ou disciplina para vivermos em um grupo, em uma família...

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  5. mais uma musiquinha, só que agora um trecho...

    Here I give you my phone number
    When you worry call me
    I make you happy
    Don't worry, be happy
    Ain't got no cash, ain't got no style
    Ain't got not girl to make you smile
    But don't worry be happy
    Cause when you worry
    Your face will frown
    And that will bring everybody down
    So don't worry, be happy (now).....


    "Don't Worry, Be Happy"
    Bobby McFerrin

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  6. Vou aceitá-la como se fosse para mim tb! Abtz!!

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